quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os oito passos que compõem o sistema de Patañjali


Os oito passos que compõem o sistema de Patañjali 

1. Yama - Refreamentos, ou antídotos para os condicionamentos individuais e sociais. São eles: ahimsa (não-violência), satya (verdade), asteya (não roubar), brahmacharya (controle sobre os impulsos sexuais, não os transformando numa forma de compulsão) e aparigraha (renúncia à possessividade).
2. Niyama - Refinamento dos processos internos/interiores na forma de uma autopurificação. São eles: saucha (pureza do corpo e da mente), santosha (contentamento, mesmo diante das adversidades), tapas (autodisciplina e dedicação), svadhyaya (estudo e aprofundamento dos textos sagrados do Yoga) e ishvara-pranidhana (práticas de conteúdo devocional).
 3. Asana - São as posturas psicofísicas que conferem firmeza e estabilidade ao corpo e à mente. Segundo Patañjali, o asana deve ser confortável e estável para propiciar maior permanência durante a prática da meditação. Nesse sentido, o asana prepara o corpo e tranqüiliza a mente para os processos meditativos. Não são classificados como exercícios físicos, no sentido como estes são concebidos no Ocidente.
4. Pranayama - Controle e expansão da energia vital, conhecida como prana. Daí o nome pranayama = prana (energia vital) e yama (controle, expansão). Apenas o controle respiratório por si só não basta para se conseguir o sucesso nessa fase. Deve haver o controle das fases de inspiração (=puraka), expiração (=rechaka) e, especialmente, da retenção (=kumbhaka). Sem está ultima fase, não há samadhi.
Essas quatro primeiras fases podem ser consideradas como práticas externas ou preparatórias, pois sem elas não há como se obter êxito nas fases seguintes. As quatro últimas fases trabalham com o mundo interno do praticante e gradualmente o conduzem à meditação. São elas:
5. Pratyahara - Libertação da mente do jugo dos sentidos e das formas externas, traduzindo-se numa forma de controle destes. É algo parecido com escutar sem ouvir, olhar sem ver, tocar sem sentir. Pratyahara induz a um estado de relaxamento profundo e consciente, preparatório para a meditação.
6. Dharana - Atenção extrema, que pode ter como apoio um objeto para observação. Por exemplo, um símbolo, uma deidade ou um som específico. Em dharana, a atenção deve atingir sua mais elevada graduação.
7. Dhyana - Concentração extrema, ou meditação. Quando, em dharana, a atenção chega a seu ápice, transforma-se em concentração extrema, ou dhyana - que é uma forma de meditação. Nesse momento, o objeto de observação e o observador se fundem em pura consciência, tornando-se um só.
8. Samadhi - Iluminação ou a manutenção desse estado de pura consciência por determinado período e com suspensão da respiração, ou kumbhaka. Nesse estado, vai-se além do corpo, da mente e da própria consciência. Segundo os grandes mestres de Yoga de todos os tempos, não há como descrevê-lo. Deve-se experimentá-lo, vivenciá-lo.
Ao conjunto de dharana, dhyana e samadhi, Patañjali denominou samyama (contenção ou controle).

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