quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os oito passos que compõem o sistema de Patañjali


Os oito passos que compõem o sistema de Patañjali 

1. Yama - Refreamentos, ou antídotos para os condicionamentos individuais e sociais. São eles: ahimsa (não-violência), satya (verdade), asteya (não roubar), brahmacharya (controle sobre os impulsos sexuais, não os transformando numa forma de compulsão) e aparigraha (renúncia à possessividade).
2. Niyama - Refinamento dos processos internos/interiores na forma de uma autopurificação. São eles: saucha (pureza do corpo e da mente), santosha (contentamento, mesmo diante das adversidades), tapas (autodisciplina e dedicação), svadhyaya (estudo e aprofundamento dos textos sagrados do Yoga) e ishvara-pranidhana (práticas de conteúdo devocional).
 3. Asana - São as posturas psicofísicas que conferem firmeza e estabilidade ao corpo e à mente. Segundo Patañjali, o asana deve ser confortável e estável para propiciar maior permanência durante a prática da meditação. Nesse sentido, o asana prepara o corpo e tranqüiliza a mente para os processos meditativos. Não são classificados como exercícios físicos, no sentido como estes são concebidos no Ocidente.
4. Pranayama - Controle e expansão da energia vital, conhecida como prana. Daí o nome pranayama = prana (energia vital) e yama (controle, expansão). Apenas o controle respiratório por si só não basta para se conseguir o sucesso nessa fase. Deve haver o controle das fases de inspiração (=puraka), expiração (=rechaka) e, especialmente, da retenção (=kumbhaka). Sem está ultima fase, não há samadhi.
Essas quatro primeiras fases podem ser consideradas como práticas externas ou preparatórias, pois sem elas não há como se obter êxito nas fases seguintes. As quatro últimas fases trabalham com o mundo interno do praticante e gradualmente o conduzem à meditação. São elas:
5. Pratyahara - Libertação da mente do jugo dos sentidos e das formas externas, traduzindo-se numa forma de controle destes. É algo parecido com escutar sem ouvir, olhar sem ver, tocar sem sentir. Pratyahara induz a um estado de relaxamento profundo e consciente, preparatório para a meditação.
6. Dharana - Atenção extrema, que pode ter como apoio um objeto para observação. Por exemplo, um símbolo, uma deidade ou um som específico. Em dharana, a atenção deve atingir sua mais elevada graduação.
7. Dhyana - Concentração extrema, ou meditação. Quando, em dharana, a atenção chega a seu ápice, transforma-se em concentração extrema, ou dhyana - que é uma forma de meditação. Nesse momento, o objeto de observação e o observador se fundem em pura consciência, tornando-se um só.
8. Samadhi - Iluminação ou a manutenção desse estado de pura consciência por determinado período e com suspensão da respiração, ou kumbhaka. Nesse estado, vai-se além do corpo, da mente e da própria consciência. Segundo os grandes mestres de Yoga de todos os tempos, não há como descrevê-lo. Deve-se experimentá-lo, vivenciá-lo.
Ao conjunto de dharana, dhyana e samadhi, Patañjali denominou samyama (contenção ou controle).

KLESHAS - Yoga São Caetano do Sul

Kleshas

Patañjali denomina as causas da miséria e do sofrimento humanos de klesas - palavra sânscrita que significa dor, aflição ou miséria. O primeiro dos cinco klesas é avidya (ignorância), seguido por asmita (egoísmo), raga (apego), dvesa (aversão) e abhinivesa (algumas vezes traduzido como medo da morte, por vezes é melhor compreendido como o amor extremado à vida, ou à vontade compulsiva de viver).
Entre si, os klesas desenvolvem um processo seqüencial de causas e efeitos, onde uma ação leva a uma reação, e assim sucessivamente. Não são compartimentos ou estados estanques ou separados. Para Mircea Eliade, Patañjali descobriu nos klesas:
"(...) cinco ‘matrizes’ produtoras de estados psicomentais(...) Não se trata de cinco funções psíquicas separadas pois o organismo psíquico constitui um todo, embora seus comportamentos sejam múltiplos. Todas as classes de vritti [modificações mentais] são ‘dolorosas’ (klesa); por isso a experiência humana em sua totalidade é dolorosa". (em Yoga, Imortalidade e Liberdade)
O árduo trabalho do yogi é trabalhar e manipular as várias formas mentais e comportamentais assumidas pelos vrttis (que constituem um fluxo psicomental ininterrupto) até conseguir sua total anulação. Essas incontáveis formas aprisionam o corpo e a mente dos seres humanos, transformando-os em escravos ao invés de senhores de sua própria vida. Eliade ressalta ainda que:
"Só o Yoga consegue suprimir os vritti e abolir o sofrimento."
Mas como alcançar a liberdade suprema?
O sutra número dois oferece a definição "Yoga é a cessação dos turbilhões da mente". Em sânscrito "yogaschittavrittinirodhah". Em outras palavras, Yoga é a parada voluntária dos pensamentos. Isso se traduz, entre outras coisas aparentemente impossíveis de se alcançar, no controle da mente ao ponto de transcendê-la num estado chamado samadhi. Alcançar esse estado, para o qual não há uma descrição possível pelo uso das palavras, é a meta do sistema delineado por Patañjali (como também para todos os demais sistemas de Yoga). Porém, para alcançar tal intento, Patãnjali esquematizou um grupo de técnicas divididas em oito (=asht) partes (=anga), chamado Ashtanga Yoga.
Cada uma dessas oito partes estão intimamente interrelacionadas entre si, bem como com a totalidade do processo. Não há como separá-las em compartimentos estanques, pois a parte anterior é sempre um pré-requisito para a posterior, que deve ser alcançada apenas depois da correta prática de sua antecessora. Portanto, não há como pular etapas, pois é a partir desse relacionamento contínuo que se vai consolidando a estrutura sólida necessária à prática do Yoga.

Os Yoga Sutras ou Aforismas de Patanjali


Os Yoga Sutras ou Aforismas de Patanjali

a) Os aforismos do Yoga Sutra estão distribuídos em quatro capítulos, entitulados pela ordem: Samadhi Pada (51 aforismos), Sadhana Pada (55 aforismos), Vibhuti Pada (55 aforismos) e Kaivalya Pada (34 aforismos). Algumas edições têm 196 sutras - fato este que não altera o sentido da obra de Patañjali.
b) Desde seu surgimento, o Yoga Sutra se constituiu como um texto dedicado especialmente ao Yoga, servindo como base para os estudos mais recentes e como um precioso manual de orientações para todos aqueles que praticam e pesquisam esta tradição de maneira séria e autêntica.
Principais idéias:
As causas do sofrimento
"Tudo é sofrimento para o sábio." (Yoga Sutras II:15)
Em termos gerais, a base que fundamenta a filosofia do Yoga descrita por Patañjali é a de que todo sofrimento humano advém da falta de conhecimento que temos de nossa natureza primordial. Isso equivale a dizer que somos "ignorantes" quanto à nossa verdadeira essência. Essa "ignorância" nada tem a ver com a falta de conhecimento intelectual. Não era a esse conceito que se referia Patañjali.
Esse tipo especial de ignorância, ao qual verdadeiramente se refere Patañjali, é chamado de avidya, e é considerada a causa matriz de todo o sofrimento humano - não nos lembramos quem somos de fato e, portanto, sofremos. Esse esquecimento cósmico mascara a verdadeira natureza humana, que é ser feliz, pois, para Patañjali, a felicidade é o estado natural e saudável da mente pura. E essa pura felicidade, explica-se, segundo Georg Feurstein, pelo fato que:
"Essa felicidade não é a simples ausência de dor ou desconforto, nem é um estado que depende do cérebro. Está além do prazer e da dor, que são estados do sistema nervoso

domingo, 25 de abril de 2010

Sri Yantra


"A figura do Çri Yantra pode
ser utilizada como um
diagrama para visualizar o
movimento de expansão das
vrttis de citta em direção aos
quatro aspectos limitadores do
mundo material: a matéria, a
forma, a mutabilidade e o
tempo."





Os Yogasutras de Patañjali
Traduzidos do sânscrito e comentados
por Carlos Eduardo G. Barbosa

YAMAS E NIYAMAS


"A prática do sistema do Yoga
começa por 5 preceitos de
ordem ética: praticar a nãoviolência
(ahimsa), livrar-se da
cobiça (aparigraha), não roubar
(asteya), e viver uma vida
devotada à espiritualidade
(brahmacarya), baseada num
forte compromisso com a
verdade (satya)."


Os Yogasutras de Patañjali
Traduzidos do sânscrito e comentados
por Carlos Eduardo G. Barbosa

YOGA E CRESCIMENTO ESPIRITUAL


"Para o yoguim há dentro de nós dois
eixos paralelos de atividade mental. Um eixo
Lunar, de sabedoria, que une nosso corpo
diretamente ao centro espiritual que nos dá
sustentação como indivíduo. E um eixo Solar
que une nosso centro emocional à nossa razão,
e que dá sustentação à nossa consciência. Esses
dois eixos sustentam as duas modalidades
de inteligência que orientam a atenção de nossa mente, 
ora para a busca do entendimento,
ora para a busca da realização. O perfeito equilíbrio
entre as forças que são acionadas por esses
dois eixos da atividade mental desperta
aquilo que chamaríamos de inteligência corporal
– ou seja, a corporificação da inteligência
cósmica ou divina.
O eixo solar se desenvolve intensamente
durante a nossa infância e adolescência,
quando adquirimos consciência e uma identidade
coletiva para mostrar ao mundo. Suas
lentas transformações estimuladas pelo intercâmbio
que estabelecemos com outras pessoas,
deveriam induzir o desenvolvimento do
eixo lunar, que promove a integração de nossa
vida material à nossa natureza espiritual. Isso,
no entanto, não está ocorrendo a contento no
estágio atual da evolução humana. Nós paramos
na fase da adolescência e resistimos aos
impulsos interiores para a concretização de
nosso caráter espiritual. Ficamos girando em
círculos intermináveis de argumentos baseados
em nossa percepção consciente do mundo.
Os dois eixos que deveriam operar de
maneira cooperativa, competem entre si em
busca da nossa atenção, o que acaba por impedir
a conclusão do processo que nos levaria
àquilo que chamamos de iluminação espiritual.
Um canal filamentoso (que o indiano chama
de antahkarana – agente interno) deveria
se consolidar entre o centro espiritual (citta) e
o corpo, trazendo para nossa vida um intenso
fluxo de sabedoria e santificando o nosso corpo,
como um verdadeiro batismo. Dessa maneira
nossa verdadeira identidade espiritual
encontraria um perfeito veículo material para
sua manifestação – condição que talvez possa
ser recuperada pela humanidade futura.
Mas se as forças transformadoras da
evolução das formas (parinama) ainda não nos
colocam nessa condição iluminada, o que nos
resta é tentar complementar por esforço individual
o nosso próprio ciclo de amadurecimento.
Através de práticas especiais, podemos alcançar
estágios ideais da humanidade e nos
transformar em indutores de processos semelhantes
em tantos outros indivíduos que compartilham
de nossas mesmas aspirações espirituais.
O Yoga é uma prática que permite realizar
agora os avanços que imaginamos para
os homens de um futuro ainda distante.
A prática correta do Yoga produz em
nossa mente o surgimento da inteligência corporal,
e transforma a nossa vida material numa
metáfora da própria criação e dos desígnios do
universo. Com isso se extingue a possibilidade
do erro, da dor, e da impermanência nas
atividades de nossa mente. A iluminação de
nossa consciência pela realização do Yoga nos
traz para perto de nossa fonte espiritual e nos
faz sentir a perfeita integração com Deus, com
a Humanidade e com todas as forças da Natureza".
Os Yogasutras de Patañjali
Traduzidos do sânscrito e comentados
por Carlos Eduardo G. Barbosa
Primeira Edição
São Paulo,

http://www.yogaforum.org/books/port/yoga/Yogasutras.pdf 

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Yoga Ioga São Caetano do Sul - tel: 4226-2193 - Ilusão e Criação


"A ilusão como força criativa.

A Ilusão é a mãe do Universo. Este não surgiu de nenhum outro princípio. Quando a Ilusão é destruída, o mundo certamente revela-se como não tendo existência [separada do Ser]. 64.
Aquele para quem este mundo não passa de um campo do jogo de Maya (o Aparente), não encontra a felicidade nas riquezas, nem no próprio corpo, nem em outros prazeres. 65.
Este mundo revela-se sob três diferentes aspectos para os homens: amistoso, hostil ou indiferente. É assim que sempre se percebem as interações. Existe ainda uma diferenciação nas manifestações materiais, que podem ser percebidas como prazerosas, dolorosas ou indiferentes. 66.
O Ser, através da superimposição (adyarupa), torna-se [diferentes papéis]: filho, pai, etc. As escrituras demonstraram que o mundo visível é o jogo de Maya. O yogi destrói este mundo fenomênico pela refutação de falsos argumentos (apavada) e tornando-se consciente de que ele é apenas o resultado de adyarupa, a superimposição [de Maya sobre o Ser]. 67.
Quando a pessoa fica livre das infinitas distinções e estados de existência como posição social, individualidade, etc., então, ela pode afirmar que é Inteligência Indivisível, Pura Unidade. 68.

A emanação da Criação.
O Senhor desejou criar Suas criaturas. Desse Seu desejo surgiu a Ignorância, mãe do Universo aparente. 69.
Foi assim que tomou forma a conjunção entre o puro Brahman (Parambrahman) e Avidya, da qual surgiu Brahma, o Criador. Deste, surgiu posteriormente o espaço. 70.
Do espaço emanou o ar; do ar veio o fogo; do fogo, a água, da água veio a terra. Esta é a ordem da emanação sutil. 71.
Do espaço, o ar; do ar e o espaço, combinados, veio o fogo; do composto triplo, espaço, ar e fogo, surgiu a água. Da combinação de espaço, ar, fogo e água, veio a terra. 72.
A qualidade sensível do espaço é o som; a do ar, o movimento; a do fogo, a forma; a da água, o gosto; a da terra, o cheiro. Não há nenhuma subjetividade nisto. 73.
O espaço possui uma qualidade sensível. O ar, duas. O fogo, três. A água, quatro, e terra, cinco. Audição, toque, sabor, forma e cheiro. Assim nos ensinaram os sábios. 74.
A forma é percebida através do olhar. O cheiro, através das narinas. O sabor, pela língua. O toque, pela pele. O som, pela audição. 75.
Estes são, de fato, os órgãos da percepção. 76.
Da Inteligência surge este Universo, o que se move e o que permanece imóvel. Mesmo se sua existência não puder ser provada, essa Inteligência existe. 77.
A terra torna-se sutil e dissolve-se na água. A água dissolve-se no fogo. O fogo, similarmente, fusiona-se com o ar. O ar é absorvido pelo espaço. O espaço dissolve-se na Ignorância que, por sua vez, dissolve-se no Grande Brahman. 78."
Traduzido por Pedro Kupfer

Yoga Ioga São Caetano do Sul - ligue-nos 4226-2193 - O Ser segundo o Shiva Samhita


"O Ser é ilimitado."

"A Unidade existe sempre. A diversidade não: há um momento em que ela cessa. A dualidade e as demais precepções do mesmo tipo surgem somente da Ilusão. 46.
Tudo o que foi, é ou será, com ou sem forma, todo este Universo está permeado pelo Ser. 47.
A Ignorância é um produto da imaginação. Ela nasce da falsidade, e sua própria essência é irreal. Como este mundo pode ser considerado real, partindo-se dessa premissa? 48.
Todo este Universo, o que se move e o que permanece imóvel, surgiu da Inteligência. Renunciando a qualquer outra coisa, refugie-se nela. 49.
Assim como o espaço permeia um jarro por dentro e por fora, similarmente, aquém e além deste Universo sempre mutante, existe o Ser. 50.
Assim como o espaço, permeando os cinco estados aparentes da matéria, não se mistura com eles, da mesma maneira o Ser não se mistura com o sempre mutante Universo. 51.
Desde os devas até o mundo material, tudo está permeado pelo Ser. Somente existe Satchitananda, onipresente e ímpar.
Não sendo iluminado por nenhum outro agente, Ele é auto-efulgente. Por causa dessa auto-efulgência, a natureza verdadeira do Ser é a luz. 53.
Não estando o Ser limitado por tempo nem espaço, Ele é infinito, onipresente e pleno. 54.
O Ser não é como este mundo, composto por cinco estados aparentes da matéria e sujeito à destruição. Ele é eterno; nunca será destruído. 55.
Não existe outra substância além d'Ele. Fora Ele, o resto é aparência. Ele de fato é a Verdadeira Existência. 56.
Neste mundo, criado pela Ignorância, a destruição do sofrimento implica na conquista de felicidade. Através do Conhecimento, surge a proteção contra todo tipo de sofrimento. Da mesma maneira, o Ser é pura felicidade (ananda). 57.
Através do Conhecimento é destruída a Ignorância, causa material do Universo. O Ser é Conhecimento. Esse Conhecimento, conseqüentemente, é eterno. 58.
No tempo, este Universo múltiplo tem sua origem. Igualmente, existe Uno que é realmente o Ser, eterno através do tempo. Ele é Uno, e inconcebível. 59.
Todas estas substâncias externas irão desintegar-se no tempo. Porém, o Ser, que não pode ser conhecido pela palavra, sempre existirá. 60.
Nem o espaço, nem o ar, nem o fogo, nem a água, nem a terra, nem suas diversas combinações, nem os deuses, são perfeitos. Somente o Ser é perfeito. 61.
Havendo renunciado a todo falso desejo e havendo abandonado as correntes mundanas, o yogi percebe o Ser em seu próprio espírito. 62.
Havendo percebido o Ser, que traz felicidade, como sendo sua própria essência, [o yogi] deixa de lado o mundo [banal] e desfruta a plenitude inefável da mais profunda meditação. 63. "
traduzido por Pedro Kupfer

Yoga São Caetano do Sul - Tel:4226-2193 - O ser e o conhecimento - Shiva Gheranda


O conhecimento.
O yogi sábio, havendo realizado a verdade, deve renunciar [ao fruto dos karmas]. Havendo tanscendido o mérito e o demérito, concentra-se no Conhecimento. 32.
Afirmações vêdicas como 'o Ser deve ser conhecido', 'Palavras sobre Ele devem ser ouvidas' e outras, são as reais salvadoras, doadoras de Conhecimento verdadeiro. Estas afirmações vêdicas devem ser estudadas com grande atenção. 33.
Eu sou a Inteligência, que propulsiona as ações no caminho do mérito ou no caminho do demérito. Todo este Universo, o que se move e o que permanece imóvel, deriva de Mim. Todas a criação é preservada por Mim. Toda a criação é absorvida em Mim no momento da dissolução final, pois somente o Ser existe, e Eu sou esse Ser. Não há nada que exista separado do Ser. 34.

O Ser permeia toda a Criação.
Podem ser observados muitos reflexos do sol em diversos recipientes de água. Os indivíduos, como os recipientes, são inúmeros, embora Paramatman, como o Sol, seja um só. 35.
Durante o sonho, o indivíduo cria diversos objetos por sua vontade, que desaparecem quando ele acorda. Da mesma forma acontece com este Universo. 36.

Ignorância e Conhecimento.
Assim como, através da Ilusão, uma corda aparenta ser uma serpente ou a madrepérola parece ser prata, similarmente, todo este Universo está contido dentro do Ser. 37.
Quando o Conhecimento verdadeiro sobre a corda aparece, a noção errônea dela como sendo uma serpente desaparece. Da mesma forma, ao surgir o Conhecimento do Ser, a idéia do Universo baseada na Ilusão, desaparece. 38.
Quando o Conhecimento sobre a madrepérola é obtido, a visão errônea dessa substância como sendo prata, desaparece. Da mesma forma, através do Conhecimento do Ser, o mundo revela-se como uma Ilusão. 39.
Assim como quando um homem passa em suas pálpebras o colírio preparado com a gordura das rãs, um bambu aparenta ser uma serpente, da mesma maneira, o mundo aparece como uma entidade separada do Ser, sob o pigmento ilusório do hábito e da imaginação. 40.
Assim como, através do Conhecimento da corda, a serpente revela-se como uma ilusão, similarmente, através do Conhecimento espiritual, o mundo revela-se [igualmente como uma ilusão]. Assim como, para alguém com icterícia, a cor branca parece ser amarela, similarmente, através da doença chamada Ignorância, este mundo aparenta ser uma entidade separada do Ser. Esse é um erro muito difícil de ser removido. 41.
Assim como quando a icterícia é curada, o paciente percebe a cor branca do jeito que ela é, da mesma forma, quando a Ignorância ilusória é destruída, a natureza real do Ser torna-se manifesta. 42.
Assim como uma corda nunca pôde se transfomar em serpente no passado, não pode se transformar no presente, nem poderá se tornar serpente no futuro, o Ser, que está além dos gunas nunca se transforma no Universo [pois Ele já é o Universo]. 43.
Alguns sábios versados nas escrituras, havendo recebido o Conhecimento sobre o Ser, têm declarado que até mesmo os devas (semideuses) como Indra e os demais, são não eternos, sujeitos a renascimentos e mortes, e passíveis de serem destruídos. 44.
Como uma bolha no mar, surgida do vento, o mundo transitório surge do Ser. 45.

Traduzido por Pedro Kupfer

Yoga São Caetano do Sul - Ioga - Tel:4226-2193 - Shiva Samhita

Karma e Conhecimento



"Ritualismo e Conhecimento.

Existem dois caminhos [que são ensinados nos Vedas]: o Ritualismo e o Conhecimento (karma kanda e jñana kanda). Cada um deles, por sua vez, está dividido em duas partes. 20.
O caminho do ritualismo é duplo, e consiste de prescrições e proscrições. 21.
Quando atos não recomendados forem realizados, certamente irão trazer resultados indesejáveis. Quando atos meritórios forem realizados, eles trarão efeitos benéficos. 22.
As prescrições constituem um caminho tríplice: existem as regulares, as ocasionais e as opcionais (nitya, naimittika e kamya). Ao não realizar os ritos cotidianos, a pessoa acumula karmas indesejáveis. Porém, a sua realização não é garantia de obter-se mérito. Por outro lado, os deveres ocasionais e opcionais, ao serem realizados ou não, produzem mérito ou demérito, respectivamente. 23.

Consequências dos diferentes tipos de karma.
Os frutos das ações são de dois tipos: desejáveis ou indesejáveis. Os desejáveis podem ser de vários tipos. Os indesejáveis são igualmente diversos. 24.
As ações corretas são de fato celestiais. As ações errôneas são demoníacas. A criação é a conseqüência natural do karma, e de mais nada. 25.
As criaturas deleitam-se nos prazeres celestiais [advindos das ações meritórias] ou sofrem com [os resultados das] suas ações não meritórias. 26.
Das ações errôneas resulta o sofrimento. Das ações meritórias, a felicidade surge. Por amor à felicidade, o homem busca realizar constantemente ações meritórias. 27.
Quando se manifesta o sofrimento resultante das ações errôeas, a conseqüência certa é mais renascimentos. Quando os frutos das ações corretas for esgotado, o resultado, certamente, será o mesmo. 28.
Até mesmo nos mundos celestiais existe a experiência do sofrimento, ao se perceber o desfrute dos demais. Certamente, não existe dúvida sobre o fato de que o Universo inteiro está permeado pelo sofrimento. 29.
Aqueles que estudaram o karma, o dividiram em duas partes: ações meritórias e ações errôneas. Estas são as fontes reais de escravidão das almas encarnadas, cada uma agindo em seu devido momento. 30.
Aqueles que tiverem se livrado do desejo de desfrute de suas ações nesta encarnação ou na seguinte, devem renunciar igualmente a todas as ações que tiverem sido realizadas tendo como objetivo seus eventuais frutos. Da mesma maneira, havendo descartado o apego às ações cotidianas e às ocasionais (nitya e naimittika), devem engajar-se na prática do Yoga. 31."



Traduzido por Pedro Kupfer

Yoga Ioga São Caetano do Sul -agende uma aula experimental pelo 4226-2193 - Shiva Samhita - Diferentes pontos de vista


"Diferentes pontos de vista."

"Alguns enaltecem a verdade, outros, a purificação e o ascetismo. Alguns enaltecem o perdão, outros a justiça e a sinceridade. 4.
Alguns pregam o altruísmo e outros oferecem sacrifícios. Alguns pregam a ação, outros dizem que o desapego é o melhor [caminho]. 5.
Alguns sábios pregam sobre os deveres do chefe de família. Outros sustentam que o agnihotra é a prática mais elevada. 6.
Alguns falam do Mantra Yoga, outros visitam lugares sagrados. Diversos são os caminhos que se oferecem para a emancipação. 7.
Agindo desta forma no mundo, até mesmo aqueles que conhecem a diferença entre as ações corretas e as incorretas, embora livres do erro, permanecem sujeitos à confusão. 8.
As pessoas que seguem essas doutrinas, havendo realizado ações corretas e equivocadas, vagueiam constantemente nos mundos, no ciclo de nascimentos e morte, condicionadas por suas duras necessidades. 9.
Outros, mais sábios que os demais, devotamente dedicados à investigação da verdade, declaram que as almas são muitas, eternas e onipresentes. 10.
Outros dizem: 'Somente existe aquilo que é percebido pelos sentidos. Nada existe além deles. Onde estão o céu ou o inferno?'. Essa é sua firme crença. 11.
Outros acreditam que o mundo é um processo fluido de consciência, sem realidade material. Alguns enaltecem o vazio, considerando-o o princípio maior. Outros acreditam em duas essências, o Ser e a Natureza (Purusha e Prakriti). 12.
Assim, acreditando em tão diversas doutrinas, mas afastados do objetivo supremo, eles pensam, de acordo com seu entendimento e educação, que neste Universo não existe Ishvara. 13.
Outros acreditam que Ele exista, baseando suas asserções em diversos argumentos irrefutáveis, sustentados pelos textos sagrados, declarando a diferença entre a alma individual e Ishvara, ansiosos por justificar a existência Dele. 14.
Estes e muitos outros sábios de várias diferentes denominações, foram descritos nas escrituras como guias da mente humana em direção à Ilusão. 15.
Não é possível descrever por completo as doutrinas de todas essas pessoas, tão centradas nas disputas e discussões. Tais pessoas vagueiam neste mundo, completamente afastadas do caminho da emancipação. 16.
Havendo estudado todas as escrituras, e havendo ponderado detidamente sobre elas, vezes e mais vezes, esta tem sido considerada como a única verdadeira, a mais firme das doutrinas. 17.
Desde que este [Conhecimento] for considerado verdadeiro, todo esforço deve ser feito no sentido de adquirí-lo. Assim sendo, qual é a necessidade de quaisquer outras doutrinas? 18.
Este Yogashastra aqui exposto é uma doutrina muito secreta, que deverá somente ser revelada nestes três mundos ao devoto de alma elevada. 19."

Traduzido por Pedro Kupfer

Yoga São Caetano do Sul - Tel:4226-2193 - Shiva Samhita

SHIVA SAMHITA: CAPÍTULO I

Prathamah patalah

A Existência é Una.
Somente o Conhecimento (Jñana) é eterno. Ele não tem início nem fim. Não existe nada fora ele. A aparente diversidade do mundo é resultante da limitação dos sentidos. Quando esta limitação desaparece, apenas o Conhecimento, e somente ele, resplandece. 1.
Eu, Ishvara, amante de meus devotos e doador de emancipação espiritual a todas as criaturas, declaro assim a ciência do ensinamento do Yoga (Yoganushasanam). 2.
Nele, são descartadas todas as doutrinas que conduzem ao Conhecimento errôneo. Ele é adequado para a emancipação espiritual daquelas pessoas cujas mentes não se distraem, e que permanecem completamente focadas em Mim. 3.



tradução por Pedro Kupfer

Yoga Ioga São Caetano do Sul - tel: 4226-2193 -ADHOMUKHA: MÃOS E PÉS

"ADHOMUKHA: MÃOS E PÉS"


"Na maioria das vezes, quando alguns praticantes executam o ásana do cachorro que olha para baixo, adhomukha svanásana, se esquecem de dispensar a devida atenção às mãos e aos pés. Seja quando praticam sozinhos ou em uma aula conduzida, muitas vezes o correto posicionamento das mãos e pés fica relegado a um terceiro plano.



Ao iniciar a execução deste ásana a partir do chão, o praticante já nota que os bandhas aparecem naturalmente na parte inferior do tronco, enquanto que as plantas dos pés se mantêm paralelas e afastadas na largura dos quadris, os arcos dos pés ativos e elevados, o que também ocorre com as patelas.



Enquanto as pernas permanecem estendidas ou um pouco flexionadas, o cóccix segue a linha natural da coluna, pois assim se evita que as vértebras lombares se comprimam. Em seguida, o praticante deve levar a atenção aos pontos de contato das mãos com o tapete, que devem estar pressionadas ao chão de uma forma firme e uniforme.


A primeira dúvida que surge é quanto ao espaçamento entre os dedos das mãos. Já ouvi alguns professores de Yoga dizerem que os dedos devem ficar bem espaçados, com os metacarpos apoiados ao solo. Quanto ao apoio dos metacarpos ao chão, corretos estão; no entanto, se você analisar a orientação quanto ao exagerado espaçamento dos dedos das mãos, notará que isto não é viável e muito menos confortável ao praticante.



Abrir demais os dedos, deixá-los muito distantes, além de trazer desconforto aos dedos e punhos, tira firmeza nas mãos, o que influenciará de uma forma desfavorável à execução do ásana. Por outro lado, se o praticante mantiver os dedos das mãos muito juntos com as palmas no chão, notará que os metacarpos não se firmam bem ao solo, também perdendo estabilidade e conforto.


Seguindo indica o bom-senso, recomendável é o praticante adotar o meio termo, ou seja, manter os dedos das mãos levemente afastados, sem tensão nem desconforto, o que irá trazer uma maior eficiência e fluidez ao ásana. Ainda, deve o praticante lembrar-se de direcionar a cabeça à frente, com o topo à linha dos polegares e focar o olhar no meio do tapetinho, sem que haja qualquer tensão na garganta, permitindo que se crie um espaço entre o queixo e o esterno.



Já em relação aos pés, dependendo da fisiologia de cada praticante, alguns conseguem colar as plantas ao solo, sem qualquer desconforto. Já outros não conseguem apoiá-las, o que é natural. Então, para melhor encaixar a parte superior do tronco, se for necessário você pode manter os calcanhares elevados e flexionar um pouco os joelhos.



O fato de alguns conseguirem apoiar os calcanhares no tapete não significa que os demais possam ou devam fazer essa ação. É importante conhecer as características anatômicas do praticante. Se houver mobilidade, a pessoa chega com os calcanhares no chão. Se não houver mobilidade, essa ideia deve ser deixada de lado. Não obstante, levar os calcanhares em direção ao chão é útil para alongar os músculos gêmeos (as “batatas” das pernas).



As escápulas, por sua vez se mantém abertas e apontam para a parte inferior do tronco. Os ombros e quadril permanecem na mesma distância do chão.



Outra observação importante sobre a permanência nesta postura é quanto aos bandhas, mula e uddiyana, a contração do períneo e a do baixo ventre, que devem estar ativos com o propósito de proteger a coluna vertebral.



Além disso, manter o sussurro da respiração ujjayi e a língua no palato mole da boca em khechari mudra é altamente recomendável. No entanto, cuide para que o sussurro da respiração ujjayi, na medida do possível, somente esteja ao alcance de seus ouvidos. Você não precisa forçar.



Concluindo, este ásana deve ser praticado com extrema consciência por aqueles que o adotam com freqüência em suas práticas, não se esquecendo de vez ou outra, deixá-lo de lado, para experimentar e sentir como a prática se desenvolve sem a presença constante dele. Harih Om!"

Autor: Humberto Meneghin

terça-feira, 20 de abril de 2010

YOGA SÃO CAETANO DO SUL - TEL:4226-2193 - YOGA E SOFRIMENTO




As causas do sofrimento


"Tudo é sofrimento para o sábio." (Yoga Sutras II:15)
Em termos gerais, a base que fundamenta a filosofia do Yoga descrita por Patañjali é a de que todo sofrimento humano advém da falta de conhecimento que temos de nossa natureza primordial. Isso equivale a dizer que somos "ignorantes" quanto à nossa verdadeira essência. Essa "ignorância" nada tem a ver com a falta de conhecimento intelectual. Não era a esse conceito que se referia Patañjali.
Esse tipo especial de ignorância, ao qual verdadeiramente se refere Patañjali, é chamado de avidya, e é considerada a causa matriz de todo o sofrimento humano - não nos lembramos quem somos de fato e, portanto, sofremos. Esse esquecimento cósmico mascara a verdadeira natureza humana, que é ser feliz, pois, para Patañjali, a felicidade é o estado natural e saudável da mente pura. E essa pura felicidade, explica-se, segundo Georg Feurstein, pelo fato que:
"Essa felicidade não é a simples ausência de dor ou desconforto, nem é um estado que depende do cérebro. Está além do prazer e da dor, que são estados do sistema nervoso." (A Tradição do Yoga)






 
Kleshas
Patañjali denomina as causas da miséria e do sofrimento humanos de klesas - palavra sânscrita que significa dor, aflição ou miséria. O primeiro dos cinco klesas é avidya (ignorância), seguido por asmita (egoísmo), raga (apego), dvesa (aversão) e abhinivesa (algumas vezes traduzido como medo da morte, por vezes é melhor compreendido como o amor extremado à vida, ou à vontade compulsiva de viver).
Entre si, os klesas desenvolvem um processo seqüencial de causas e efeitos, onde uma ação leva a uma reação, e assim sucessivamente. Não são compartimentos ou estados estanques ou separados. Para Mircea Eliade, Patañjali descobriu nos klesas:
"(...) cinco ‘matrizes’ produtoras de estados psicomentais(...) Não se trata de cinco funções psíquicas separadas pois o organismo psíquico constitui um todo, embora  seus comportamentos sejam múltiplos. Todas as classes de vritti [modificações mentais]  são ‘dolorosas’ (klesa); por isso a experiência humana em sua totalidade é dolorosa". (em Yoga, Imortalidade e Liberdade)
O árduo trabalho do yogi é trabalhar e manipular as várias formas mentais e comportamentais assumidas pelos vrttis (que constituem um fluxo psicomental ininterrupto) até conseguir sua total anulação. Essas incontáveis formas aprisionam o corpo e a mente dos seres humanos, transformando-os em escravos ao invés de senhores de sua própria vida. Eliade ressalta ainda que:
"Só o Yoga consegue suprimir os vritti e abolir o sofrimento."




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Instituto Ritmos da Vida

domingo, 18 de abril de 2010

Yoga em São Caetano do Sul - Agende uma aula experimental pelo 4226-2193 - Upanishads

As Upanishads

a) No período das Upanishads (c. 1900 a.C.) começa a se perfilar a sistematização do Yoga. Upanishad significa sentar aos pés do mestre [para ouvir seus ensinamentos]. Porém, segundo Monier-Williams, o termo significa igualmente derrotar a ignorância através da revelação do conhecimento do Supremo Espírito, e define uma doutrina secreta que revela o mistério que jaz sob a aparência das coisas.

b) As Upanishads desenvolvem o aspecto hermético dos Vedas e constituem o embasamento teórico das escolas filosóficas Sámkhya e Vedánta.

c) São uma coleção de estudos filosófico-religiosos de extensão variável, alguns dos quais falam sobre o Yoga, compostos pelos rishis, pensadores-poetas e filósofos, ao redor de 1900 a.C., mas que só foram fixados por escrito entre os séculos II a.C. e II d.C. As primeiras Upanishads formam parte do Shruti, a literatura revelada do hinduísmo. Novos textos são acrescentados tardiamente, aumentando os treze originais até cento e doze no século xv. As Upanishads mais recentes repetem as idéias das mais antigas. As mais extensas e antigas são Isá, Kena, Brihad Áranyaka, Chandogya, Svetáshvatara, Maitrí, Yogatattwa e Katha, sendo que as quatro últimas tratam do Yoga.

Comparação:

Eliminando as barreiras do ritualismo mecânico, os yogis upanishádicos mergulham dentro deles mesmos sem outras ferramentas que a concentração e a meditação. O que marca a diferença essencial entre o Yoga mágico dos Vedas e o Yoga das Upanishads é justamente o caráter prático que este assume desde então. A partir das Upanishads, o termo Yoga passa a ter a conotação técnica que o caracterizará no futuro. Essa acepção técnica encontra-se pela primeira vez na Taittriya, II:4 (Yoga átmá) e na Katha Upanishad, II:12 (adhyátmá Yoga), VI,II (o texto mais próximo do sentido clássico). Além disso, uma passagem da Chandogya Upanishad, VIII:15 (“concentrando em si próprio todos os sentidos”), permite inferir a prática de pratyáhára; da mesma forma, achamos com freqüência alusões ao pránáyáma na Brihadáranyaka Upanishad (por exemplo, I:5,23).

O Grande Resumo


Eis um exemplo da sutileza do estilo em que estes textos (que combina doses equilibradas de sabedoria, lirismo e transmissão de conhecimento) foram compostos: “Há algo para além da consciência e que habita em silêncio nela. É o supremo mistério que ultrapassa o pensamento. Apoiai a vossa consciência e o vosso corpo sutil nesse algo e não o apoieis em nenhuma outra coisa”.

As parábolas do Yoga



As Upanishads constituem interessantes testemunhos de sábios que preferiram manter-se à margem do brahmanismo ortodoxo e da própria existência profana para se dedicarem à na vida contemplativa. Toda uma galeria de personagens adquire vida nestas páginas. No meio da jornada pela conquista da reintegração e da imortalidade surge quase inadvertidamente o cotidiando de seus protagonistas. O jovem Nachiketas, comovido pela modéstia das oferendas de seu pai, decide oferecer a sua própria vida. Seu pai destina-o a Yama, o deus da morte. “E Nachiketas aprendeu a suprema sabedoria ensinada pelo deus da vida do além, e aprendeu todos os ensinamentos da união interior, o Yoga. Então alcançou Brahman, o Eu Superior, e tornou-se imortal e puro.”

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Os Vedas

a)Veda significa aquilo que foi visto. Os Vedas são a forma de literatura mais antiga da Índia e da Humanidade: são textos sânscritos que constituem o embasamento da tradição hindu. Os Vedas são quatro: Rig, Yajur, Sama e Atharva. Foram compostos mais de 4000 anos antes da nossa era.

b) Os Vedas constituem uma excepcional obra literária de inusitada profundidade, que contêm em forma embrionária todas as formas de pensamento que abalizaram a Índia ao longo da História, dando origem ao brahmanismo e, posteriormente, ao hinduísmo, incluindo o Yoga. Como todas as religiões, a do povo vêdico originou-se como um culto animista em que os fenômenos naturais adquiriam uma personalidade própria a quem se podia invocar. Porém, os Vedas são muito mais do que isso: constituem uma impressionante estrutura cosmogônica que finca profundamente suas raízes na astronomia e no cálculo matemático.

c)Referências às técnicas do Yoga são feitas ao longo do Rig Veda, obra que nos mostra uma refinada cultura que remonta ao alvorecer da Humanidade. Nessa obra, encontramos inclusive uma descrição cifrada do corpo sutil, kundaliní e os sete chakras, sobre a qual se baseiam os diferentes Yogas tântricos. No Rig Veda, Agni representa a kundaliní e Soma personifica o licor sagrado, o néctar (amrita) do sahásrara chakra. Os quatro principais deuses vêdicos se identificam com diferentes tipos de Yoga: Agni, deus do fogo, relaciona-se ao Jñána Yoga, o Yoga do conhecimento. Soma vincula-se ao Bhakti Yoga, o Yoga devocional. Indra simboliza o prána, a força vital, relacionando-se com o Yoga que se serve do pránáyáma. Súrya, o sol, associa-se ao yoga que busca a realização por meio de auto-disciplina, estudo e sabedoria.

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Yoga sua origem e história

Armas não conseguem cortá-lo, fogo não pode queimá-lo, água não consegue molhá-lo, ventos não podem secá-lo... Ele é eterno e tudo permeia, sutil, imóvel e sempre o mesmo.
Bhagavad Gita, II:23-24

Dificuldades

A difícil tarefa de desvendar as origens do Yoga se dá por vários motivos:
a) O Yoga é certamente muito mais antigo que todos os registros que se têm dele.

b) O Yoga surge antes das filosofias especulativas utilizadas para fundamentá-lo. Primeiramente existiu o Yoga; depois, seus apoios filosóficos.

c) Houve no início, alguém que se enveredou nesse caminho por intuição, karma ou simples necessidade. Quando o rishi parte para a floresta e renuncia à vida profana, faz uma série de descobertas sobre si próprio, mas o essencial continua sendo a prática

d) A sua origem está ligada a origem do próprio homem.

e) Escassez de recursos para a pesquisa.

f) Houve perda de importantes textos.

g) A maior parte das tradições orais são difusas e há muitos dados desencontrados.

h) Há pouca informação sobre os grandes personagens vinculados ao Yoga

Por outro lado

a) O Yoga é inerente ao ser humano e esteve sempre vivo na memória da Humanidade.

b) Sabemos que as crianças fazem espontaneamente técnicas de Yoga, sempre de brincadeira, sempre de forma instintiva. Isso porque ele faz parte da nossa essência.

c) Esta praxis nasce do inconformismo, da sede de transcender a miséria existencial inerente a todo ser humano, e de eliminar os intermediários entre si próprio e o sagrado.

d) O Yoga pode ter surgido a partir de certas perguntas essenciais: é o homem quem determina seu próprio destino? Pode ele guiar ou transformar esse destino, tornando a própria existência um ato de criatividade? A introspeção decorrente destas reflexões levou os primeiros ascetas a descobrir as forças latentes em si próprios, Purusha e Prakriti, o Ser e a Natureza.

e) Purusha representa a força cognitiva. Prakriti, a energia manifestada. Yoga, significa união, é a prática que nos permite desvendar o estado interior em que estas duas forças, também chamadas Shiva e Shaktí, se unificam. Como método, o Yoga se baseia no auto-descobrimento e na auto-superação.

f) A filosofia especulativa surge no momento em que este primeiro yogi precisa transmitir a sua experiência àqueles que vieram depois. A fundamentação do Yoga aparece junto com a necessidade que este macro-yogin teve de explicar a sua vivência ao seu primeiro discípulo. Nesse mesmo instante, surge também o sistema de transmissão do conhecimento ou sucessão discipular, chamado parámpará.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

YOGA SÃO CAETANO DO SUL - 4226-2193 - BHAGAD-GITA


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"Assim como a chama é envolta em fumaçã, como o espelho se cobre de pó, como o embrião é circundado pela membrana no ventre manterno - assim é o Eu do homem envolto pelos desejos do mundo objetivo"

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"Melhor é viver segundo a consciência própria, mesmo imperfeitamente, do que se guiar, com perfeição, pela consciênia alheia." Cap.3 - verso 35 - Bhagavad-Gita

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"A fonte do atos é Brahman, o Uno que enche o Universo e está presente em todos os atos." - Cap.3 -verso 15 - Bhagavad-Gita

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"Entretanto, esses dois caminhos são um só: ninguém se liberta da escravidão do seu agir pelo fato de não agir - e ninguém atinge a perfeição interior só por desistir da atividade externa."

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"Livre de todos os desejos, é o homem senhor, e não servo dos prazeres; livre de propriedade, une-se ele com o Todo e encontra a paz verdadeira."

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"Todos os rios deságuam no oceano, mas o oceano não transborda, e em suas profundezas reina a impertubável serenidade - assim é o homem iluminado pelo conhecimento de si mesmo: de todas as partes o invadem as impressões dos sentidos - e submergem todas no seu Eu imóvel e impertubável" Cap.2 verso 70 - Bhagavad-Gita

segunda-feira, 12 de abril de 2010

YOGA SÃO CAETANO DO SUL - PRATYAHARA


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"Pela prática da abstenção pode alguém amortecer os seus sentidos e torná-los insensíveis aos prazeres sensitivos; mas não se torna necessariamente insensível aos desejos dos mesmos; o desejo dos prazeres sensitivos cessa somente quando o homem entra em contato com o Espírito Supremo dentro dele." verso-59-Bhagavad-Gita

Yoga São Caetano do Sul - Pratyahara

"Quando o yogui é capaz de retrair totalmente os seus sentidos dos objetos sensórios, assim como a tartaruga retrai para dentro de si os seus membros -então está firmemente estabelecido na sabedoria" verso 58 - Bhagavad-Gita



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Yoga São Caetano do Sul - Bhagavad-Gita - Sabedoria


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Um homem sábio
" Quando o homem é perfeitamente liberto de todos os desejos do ego finito e alcançou a paz da alama pela realização do Eu divino, então é um homem de perfeita sabedoria"
verso - 55 - Bhagavad-Gita

"Quando alguém permanece calmo e sereno no meio do sofrimento, quando não espera receber do mundo objetivo permanente felicidade e quando é livre de apego, medo e ódio - então é ele um homem de perfeita sabedoria" verso-56-Bhagavad-Gita

"Quando não é apegado a um e indiferente a outro; enquanto não se alegra em excesso com o que é agradável, nem se entristece excessivamente com o que é desagradável - então ele é um homem de perfeita sabedoria" - verso-57- Bhagavad-Gita

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De acordo com o Bhagavad-Gita o mal não consiste no ato físico de matar alguém, mas, sim, na atitude metafísica do ódio, e que, se alguém matasse outro sem ódio, não praticaria nenhum mal.

domingo, 11 de abril de 2010

Yoga São Caetano do Sul - Bhagavad-Gita





"O homem sem domínio sobre sua mente e seus sentidos é como um navio levado à mercê das ondas" verso 67 do Bhagavad-Gita


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